A psicoterapia dos esquemas é uma abordagem terapêutica desenvolvida por Jeffrey Young que combina técnicas cognitivas, comportamentais e emocionais para tratar problemas psicológicos crônicos e complexos. Essa abordagem postula que experiências negativas e crenças disfuncionais adquiridas na infância podem levar ao desenvolvimento de padrões de pensamento e comportamento desadaptativos.

A terapia dos esquemas tem como objetivo identificar e modificar esses esquemas disfuncionais, além de promover a construção de esquemas mais saudáveis. Ela se concentra em compreender as necessidades emocionais básicas não atendidas que estão por trás dos esquemas disfuncionais e trabalha para satisfazê-las de forma mais adequada.

Um esquema disfuncional é um padrão de pensamento, crença ou interpretação distorcida sobre si mesmo, outras pessoas ou o mundo que foi adquirido na infância e persiste ao longo da vida. Esses esquemas disfuncionais podem se formar como resultado de experiências negativas, traumas, negligência emocional ou falta de atendimento às necessidades emocionais básicas durante a infância.

Esses esquemas disfuncionais podem influenciar a forma como uma pessoa percebe, pensa e interage com o mundo ao seu redor. Eles tendem a ser rígidos, automáticos e podem levar a comportamentos desadaptativos e problemas emocionais.

Alguns exemplos de esquemas disfuncionais comuns incluem:

1. Abandono/instabilidade: sentimentos de que as pessoas vão abandonar ou deixar você a qualquer momento, levando a uma necessidade constante de buscar aprovação e evitar relacionamentos íntimos.
2. Desconfiança/abuso: crença de que os outros são maus, mal-intencionados ou não confiáveis, o que pode resultar em hipervigilância, dificuldade em confiar nos outros e relações interpessoais problemáticas.
3. Falha: sentimento persistente de que você é inadequado, incapaz ou sempre falhará, levando à autocrítica intensa, baixa autoestima e medo de assumir riscos.
4. Dependência/incompetência: crença de que você não pode se cuidar ou ser autônomo, o que pode levar a uma busca constante por apoio e validação dos outros, bem como uma falta de confiança em suas próprias habilidades.

Esses são alguns exemplos. A princípio, são dezoito possíveis esquemas disfuncionais, ou variantes, interligados entre si ou não. Esses esquemas disfuncionais podem se manifestar de várias maneiras e afetar diferentes áreas da vida de uma pessoa, como relacionamentos, trabalho, autoimagem e bem-estar emocional.

O processo terapêutico envolve várias etapas, incluindo:

1. Avaliação dos esquemas: o terapeuta ajuda o paciente a identificar seus esquemas disfuncionais por meio de entrevistas e questionários. Isso envolve explorar eventos passados e padrões de pensamento e comportamento recorrentes.
2. Conscientização emocional: o paciente é incentivado a identificar e conectar-se com suas emoções, especialmente aquelas relacionadas aos esquemas disfuncionais. Isso ajuda a entender como as emoções afetam o pensamento e o comportamento.
3. Modificação cognitiva: a terapeuta trabalha com a paciente para desafiar e substituir crenças disfuncionais por pensamentos mais realistas e adaptativos. Essa etapa envolve questionar os pensamentos automáticos e examinar a evidência que os apoia ou refuta.
4. Restauração das necessidades básicas: o terapeuta ajuda o paciente a identificar e atender as necessidades emocionais básicas não satisfeitas que estão subjacentes aos esquemas disfuncionais. Isso pode envolver aprender a se cuidar melhor, estabelecer limites saudáveis e buscar relacionamentos mais satisfatórios.
5. Experiências corretivas: o terapeuta ajuda o paciente a experimentar novas situações que contradizem os esquemas disfuncionais. Isso pode envolver a criação de estratégias comportamentais para lidar com desafios e a prática de comportamentos mais saudáveis e adaptativos.

A psicoterapia dos esquemas é um processo gradual. Ela busca identificar e modificar os padrões disfuncionais ou esquemas, promovendo uma maior compreensão emocional e mudanças cognitivas que levam a atitudes mais assertivas em relação a si, aos outros e ao mundo.